Os contratos futuros de milho na B3 encerraram a terça-feira (9) em alta, impulsionados pelo ritmo lento da colheita da segunda safra brasileira. Segundo a TF Agroeconômica, mesmo com a queda em Chicago e a valorização do real frente ao dólar, os preços subiram, especialmente nos vencimentos mais próximos. O fator determinante foi o atraso na colheita, que reduz a oferta imediata e gera incerteza no abastecimento do mercado interno.
De acordo com dados divulgados pela Conab após o fechamento do mercado, apenas 27,7% da área total da safrinha havia sido colhida até o início da semana, enquanto a média histórica para o período é de 39,5%. Além disso, o atraso já começa a afetar o ritmo das exportações brasileiras, justamente no momento em que se aproxima o período de maior competitividade com o milho dos Estados Unidos. Essa combinação de fatores sustenta os preços no curto prazo, embora exista o risco de queda assim que o ritmo da colheita se normalizar.
Na B3, os principais contratos futuros encerraram o dia com ganhos: julho/25 subiu R$ 0,63, fechando em R$ 62,24; setembro/25 avançou R$ 0,51, para R$ 62,45; e novembro/25 teve alta de R$ 0,37, encerrando em R$ 66,59. Apesar do movimento positivo diário, o contrato de julho acumula leve queda na semana, enquanto setembro e novembro mostram ganhos.
Já em Chicago, os preços do milho caíram, pressionados por fatores externos. O contrato de setembro recuou -1,36% ou -5,50 cents/bushel, fechando em US$ 398,00, abaixo do suporte psicológico de US$ 4. Dezembro caiu -1,54%, encerrando a US$ 414,25. A queda reflete a possibilidade de novas tarifas de até 25% para grandes compradores como Japão e Coreia do Sul, além da expectativa de uma safra recorde nos EUA.
O USDA elevou a estimativa de lavouras em boa ou excelente condição em 1 ponto percentual, superando o desempenho do ano passado e a média histórica. Nem mesmo a venda de 112 mil toneladas de milho dos EUA para o México conseguiu animar o mercado. Com isso, Chicago mantém o viés de baixa, enquanto o Brasil enfrenta um cenário de incerteza que, por ora, sustenta as cotações domésticas.