A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou o pregão desta quarta-feira (03/07) em forte alta, impulsionada por expectativas comerciais e pelo aumento da demanda por derivados. Segundo análise da TF Agroeconômica, o contrato de soja para agosto, referência para a safra brasileira, subiu 2,31%, ou 23,75 cents por bushel, cotado a US\$ 1053,50. O vencimento de setembro fechou em alta de 2,09%, a US\$ 1039,75. Os contratos de farelo e óleo de soja também avançaram, com altas de 1,13% e 2,53%, respectivamente.
Entre os fatores que sustentaram o movimento positivo, destacam-se os rumores de possíveis acordos comerciais envolvendo os Estados Unidos e países asiáticos. A visita do ex-presidente Donald Trump ao estado de Iowa, com possível anúncio sobre tarifas ou acordos com a China e o Vietnã, foi vista pelos operadores como um indicativo de melhora nas relações comerciais, elevando a confiança do mercado.
Outro ponto relevante foi o avanço do pacote fiscal norte-americano que estende os créditos fiscais 45Z para biocombustíveis de baixo carbono até 2029. A medida, aprovada pelo Senado com voto de desempate do vice-presidente J.D. Vance, inclui restrições ao uso de matérias-primas importadas — como óleo de cozinha usado da China e da União Europeia — o que deve impulsionar a demanda por óleo de soja norte-americano. O contrato de agosto do óleo subiu quase US\$ 30, ajustado para US\$ 1.212,96 por tonelada.
Por fim, o USDA-ERS elevou sua previsão de esmagamento de soja para o ciclo 2025/26, estimando um volume recorde de 67,7 milhões de toneladas — 3% acima do ciclo anterior — refletindo o crescimento esperado na demanda doméstica, especialmente pela indústria de biocombustíveis. Esses fatores combinados sustentam uma perspectiva altista para o grão no curto e médio prazo.