Uma olhada nas exportações de grãos dos EUA no próximo ano em cinco gráficos fáceis

 As primeiras estimativas do governo dos EUA para a próxima temporada ainda não foram divulgadas, mas analistas da indústria já estão discutindo a viabilidade dos números, especialmente no que diz respeito às exportações dos EUA.

As exportações de milho dos EUA têm sido intensas no atual ano comercial de 2024-25, enquanto os embarques de soja e trigo têm sido mais modestos, mas ainda respeitáveis.

Mas como as coisas estão se configurando até agora para 2025-26? Uma análise das vendas de exportação da nova safra pode ajudar a traçar um panorama.

Para referência, os anos de comercialização de 2025-26 nos EUA começam em 1º de junho para o trigo, 1º de setembro para o milho e a soja e 1º de outubro para os produtos de soja.

MILHO

Até 8 de maio, os exportadores americanos haviam vendido 2,75 milhões de toneladas métricas de milho para exportação em 2025-26. Esse é o maior volume em três anos para a data, mas um pouco abaixo da média de longo prazo.

No entanto, esse é o segundo melhor volume em pelo menos duas décadas, excluindo a China e destinos desconhecidos. A China praticamente não comprou milho dos EUA em 2024-25, após ter sido responsável por 31% dos embarques americanos em 2020-21.

O Departamento de Agricultura dos EUA estimou esta semana que as exportações de milho dos EUA para 2025-26 serão as segundas maiores de todos os tempos, um aumento de 3% em relação ao ano anterior. O ritmo inicial de vendas cobre cerca de 4% dessa meta, o mesmo do ano passado.

Alguns analistas duvidam que os exportadores de milho dos EUA consigam repetir o forte desempenho de 2024-25, pois podem enfrentar maior concorrência brasileira. A segunda safra de milho do Brasil, muito exportada, deve crescer 11% em 2024-25, e a colheita começará em algumas semanas.

SOJA

As vendas de exportação de soja dos EUA para 2025-26 finalmente ganharam força na semana passada, elevando o total de reservas para 1 milhão de toneladas em 8 de maio. Esse volume é um pouco melhor que o do ano passado, mas, fora isso, é o menor da data em 20 anos.

Mas isso não necessariamente condena a próxima temporada.

Apesar do péssimo início das vendas em 2024-25, a meta de exportação mais recente do USDA para a temporada é ligeiramente superior à projetada inicialmente há um ano. A agência prevê uma queda de 2% nas exportações de soja dos EUA em 2025-26 em relação ao ano anterior.

A China pode não aparecer tão cedo, dado o enorme programa de exportação do Brasil e os conflitos comerciais entre Pequim e Washington. No ano passado, a China fez sua primeira compra de soja da nova safra dos EUA em julho, o início mais tardio desde 2005.

TRIGO

Os preços do trigo nos EUA atingiram níveis competitivos, e os exportadores realizaram na semana passada algumas de suas melhores vendas dos últimos anos. Essas vendas foram principalmente para a safra 2025-26, elevando as encomendas da nova safra para cerca de 3,3 milhões de toneladas em 8 de maio.

Esse é o segundo maior volume para a data na última década, ficando um pouco atrás de 2021.

O ritmo de vendas de exportação da nova safra do ano passado também foi relativamente rápido, elevando a última meta de exportação do USDA para 2024-25 acima das estimativas iniciais do ano passado.

A agência prevê que as remessas de 2025-26 cairão mais de 2% em relação aos níveis atuais, com a Rússia, maior exportadora, provavelmente mantendo seu domínio.

FARELO DE SOJA

O USDA prevê que as exportações de farelo de soja dos EUA atingirão o quarto recorde consecutivo em 2025-26, aumentando 3,4% no ano à medida que o processamento doméstico se expande.

No entanto, os consumidores finais globais ainda não estão se sentindo pressionados. As vendas de exportação de farinha dos EUA para 2025-26 totalizaram apenas 185.000 toneladas até a última quinta-feira, o menor valor em 14 anos.

A Argentina, maior exportadora de farelo, deve ter uma oferta estável este ano, e sua previsão para a safra de soja de 2024-25 foi impulsionada esta semana.

A safra de soja dos EUA de 2025-26 já deve diminuir neste ano, então a previsão recorde de exportação de farelo pode ficar ameaçada se a área, a produtividade ou ambos caírem.

ÓLEO DE SOJA

Grandes volumes de óleo de soja da nova safra dos EUA não costumam ser vendidos com tanta antecedência. O USDA projeta que as exportações de óleo de soja dos EUA em 2025-26 cairão 29% no ano, mas permanecerão bem acima dos níveis de escassez observados há dois e três anos.

Mudanças no mercado global de óleos vegetais certamente podem comprometer as previsões. No final do ano passado, os contratos futuros de óleo de palma da Malásia estabeleceram um prêmio raro em relação ao óleo de soja de Chicago.

Como resultado, espera-se que os exportadores de óleo de feijão dos EUA enviem em 2024-25 quase cinco vezes o volume previsto pelo USDA há um ano.

Mas, assim como acontece com a farinha, a Argentina está preparada para receber grandes embarques de óleo de feijão no ano que vem, principalmente se os fornecimentos concorrentes dos Estados Unidos ou do Brasil forem insuficientes.

Chamar no Whatsapp