Safra de milho avança, mas mercado segue travado

O plantio da nova safra de milho avança nas principais regiões do Brasil, com desempenho inicial considerado satisfatório, apesar das baixas temperaturas e da escassez de produto disponível no mercado. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul a comercialização da safra 2024/25 já atingiu 99%, enquanto o plantio da temporada 2025/26 Cobre 50% da área prevista. As lavouras locais atendem principalmente granjas e o consumo doméstico, com preços variando entre R$ 67,00 e R$ 70,00/saca nas principais praças, e a oferta limitada mantém a indústria dependente de origens externas.

Em Santa Catarina, o clima favorece o início da nova safra após perdas registradas no Oeste, onde a produção total chegou a 2,7 milhões de toneladas, com rendimento médio recorde de 9,35 t/ha. O mercado local segue travado, com diferença entre pedidos e ofertas e produtores retendo estoques. Mais de 30% da segunda safra foi destinada à silagem, destacando a importância do milho para a pecuária, embora a menor oferta pressione o custo da ração de aves e suínos.

No Paraná, a colheita da segunda safra cobre 95% da área, com recorde de produção estimado em 17,06 milhões de toneladas. Apesar disso, o mercado continua sem liquidez devido ao descompasso entre preços pedidos e ofertas. Apenas 25% da segunda safra foi negociada até o momento, enquanto o plantio da primeira safra 2025/26 já avança em 9% da área prevista, com lavouras em boas condições iniciais. Novos investimentos em etanol de milho prometem transformar o estado em polo relevante do setor.

Em Mato Grosso do Sul, a colheita da segunda safra chega a 95% da área, com prejuízos climáticos estimados em R$ 1,8 bilhão, afetando 20% da área cultivada. A produtividade média projetada é de 80 sacas/ha, e os preços variam entre R$ 45,00 e R$ 53,00/saca, mantendo o mercado travado. O consumo interno restringe-se a contratos antigos, e muitos produtores optam por armazenagem diante de margens estreitas e custos elevados, enquanto alternativas como sorgo e braquiária ganham espaço.

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