Com o tempo firme no Rio Grande do Sul, os produtores conseguiram retomar o plantio de trigo, que havia sido interrompido pelas chuvas. Segundo a TF Agroeconômica, estima-se uma área cultivada de aproximadamente 950 mil hectares, número inferior ao ciclo anterior, o que deve resultar em uma produção entre 2,5 e 2,7 milhões de toneladas, frente às 3,06 milhões da safra passada.
No mercado da safra velha, o cenário gaúcho segue lateralizado. Com os moinhos já abastecidos para julho e parte de agosto, não há pressa por novas compras. Negócios pontuais ocorreram a R\$ 1.300,00/t para trigo de qualidade média e até R\$ 1.320,00/t no norte do estado, destinado a moinhos de Santa Catarina. A disponibilidade é considerada suficiente: havia cerca de 360 mil toneladas em 30 de junho e deve restar 130 mil até o fim de outubro.
Em Santa Catarina, os moinhos demonstram pouca disposição para novas compras, optando por consumir estoques existentes. O trigo pão local é negociado entre R\$ 1.330,00 e R\$ 1.400,00 FOB, enquanto o melhorador chega a R\$ 1.500,00. A safra nova ainda não tem indicações claras e a venda de sementes caiu 20%. A CONAB projeta queda de 6,3% na produção, mesmo com aumento de área, devido à menor produtividade.
No Paraná, não foram registrados negócios com trigo na semana. A queda do dólar reduziu os preços do trigo importado, agora próximos a R\$ 1.500,00 CIF. A média dos preços pagos ao produtor (pedra) caiu 0,89%, fechando em R\$ 77,68/saca. Apesar disso, ainda há margem positiva sobre o custo de produção, estimado pelo Deral em R\$ 73,53/saca, garantindo um lucro médio de 5,64% ao triticultor paranaense.
