Arroz volta aos armazéns públicos: governo reativa estoques após 11 anos

Após onze anos sem movimentar estoques públicos de arroz, o governo federal oficializou a retomada dessa prática essencial para equilibrar o mercado e garantir estabilidade ao consumidor. A medida foi anunciada durante um evento no Rio Grande do Sul, onde um produtor rural entregou 540 toneladas do grão à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), selando o reinício de uma estratégia que havia sido abandonada em gestões anteriores.

A decisão de reativar os estoques é mais do que simbólica. Representa um esforço concreto para restaurar instrumentos públicos que assegurem renda ao agricultor e alimentação acessível à população. Com previsão de uma safra recorde em 2025 — a maior da história do país, segundo a Conab —, o momento é oportuno para reconstruir os estoques reguladores e evitar que oscilações no mercado deixem o arroz, um alimento básico, fora do alcance de muitas famílias brasileiras.

Durante o anúncio, o presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou os efeitos negativos causados pela extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Plano Safra da Agricultura Familiar no passado recente. Segundo ele, a ausência de políticas públicas adequadas, como o financiamento com juros subsidiados, levou muitos pequenos produtores a migrarem para culturas voltadas à exportação, enfraquecendo a diversidade agrícola no campo.

Ao retomar as aquisições, o governo passa a agir quando o preço pago ao agricultor está abaixo do custo de produção, comprando o produto e remunerando de forma mais justa quem planta e colhe. Essa operação não apenas garante margem de lucro ao produtor, mas também resguarda o consumidor. Em situações futuras de alta no valor do arroz, a Conab poderá utilizar os estoques formados para conter a inflação, liberando o grão no mercado interno.

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