Agricultores dos EUA estão prestes a colher uma safra recorde de milho no próximo ciclo de 2025-26.
Além disso, a produção combinada entre os principais exportadores de milho da América do Sul também deverá atingir um recorde histórico em 2025-26.
Mas o Departamento de Agricultura dos EUA prevê que os estoques finais globais de milho cairão para as mínimas em 12 anos em 2025-26, à medida que a demanda continua em ritmo robusto. Isso significa que as fortes expectativas para a safra americana precisam se concretizar para evitar uma nova queda na oferta.
Na segunda-feira, o USDA estimou os estoques finais globais de milho para 2025-26 em 277,8 milhões de toneladas métricas, consideravelmente abaixo da estimativa comercial pré-relatório de 297,4 milhões.
Isso representa uma queda de 3% no ano e de 16% em relação a 2023-24, e representaria a menor retirada global desde 2013-14.
Se a demanda for considerada, a relação estoques de milho/consumo de 18,9% em 2025-26 seria a menor desde 2012-13, demonstrando ainda mais que não há previsão exata de que o suprimento de milho seja abundante.
Se a China for excluída dos estoques globais de milho, a meta para 2025-26, na verdade, aumentaria 7% em relação ao ano anterior. Ainda assim, o valor resultante seria o segundo menor em 13 anos.
Isso significa que a China está agindo para reduzir os estoques globais de milho, em vez de aumentá-los, o que geralmente ocorre devido à estocagem de grãos da China. O USDA prevê uma safra recorde de milho na China em 2025-26, mas a taxa de crescimento deverá ser a menor em cinco anos.
Essa perspectiva de colheita é consistente com o que a China divulgou na segunda-feira. No entanto, a China prevê que suas importações de milho ficarão estáveis no ano, enquanto o USDA espera um aumento em 2025-26.
RESUMO DO MILHO DOS EUA
A estimativa do USDA para os estoques finais de milho dos EUA para 2025-26 também foi surpreendentemente baixa, atingindo 1,8 bilhão de bushels, exatamente a menor estimativa comercial. Isso foi impulsionado pela redução dos estoques da safra antiga, além da previsão de demanda recorde para a safra nova.
Alguns analistas questionaram as premissas agressivas de demanda, especialmente para exportações. Estas devem representar uma fatia acima da média, mas não recorde, do consumo total de milho dos EUA.
Os exportadores de milho dos EUA podem enfrentar mais concorrência do Brasil no próximo ano, já que as safras de 2024-25 e 2025-26 devem ser bem superiores aos níveis modestos de 2023-24. O USDA também prevê que as importações de 2025-26 do México, o maior comprador de milho dos EUA, permaneçam inalteradas em relação ao ano anterior.
A safra de milho dos EUA para 2025-26, mais apertada do que o esperado, e a safra recorde associada de 15,82 bilhões de bushels, cerca de 6,4% a mais que no ano passado, dependem de uma produtividade recorde de 181 bushels por acre. O recorde atual é de 179,3 bushels do ano passado.
A potencial alta produtividade de 181 pode levar alguns participantes do mercado a pensar que a oferta real de milho dos EUA pode ser ainda menor em 2026, mas não se esqueça da área plantada. Muitos esperam que a meta atual de 95,3 milhões de acres plantados possa aumentar.
Mantendo a mesma produtividade, 96 milhões de acres de milho adicionariam 116 milhões de bushels à produção. 97 milhões de acres adicionariam 282 milhões de bushels, o que elevaria o estoque para além da marca psicológica de 2 bilhões de bushels, se nada mais for alterado.
Esses impactos serão vistos primeiro no relatório de oferta e demanda de julho do USDA, que incorporará os resultados da pesquisa de área de junho.
Os agricultores dos EUA estão trabalhando de forma eficiente nesta primavera, tendo plantado 62% acima da média de sua safra de milho até domingo.
Mas o verdadeiro teste acontecerá nos próximos meses.
O último conjunto de projeções do USDA significa que qualquer tipo de susto climático de verão nos EUA pode gerar preocupações com o fornecimento de milho, e potencialmente mais facilmente do que muitos esperavam anteriormente.
