Efeito câmbio A volatilidade do dólar ante o real ditou os preços do açúcar demerara no pregão de ontem na bolsa de Nova York. Depois de oscilar ao sabor das altas e baixas da moeda americana, os lotes da commodity com entrega para julho encerraram o dia negociados a 12,53 centavos de dólar por libra-peso, queda de 16 pontos. Nas últimas semanas, o fortalecimento do dólar vem impactando os preços do açúcar porque incentiva as exportações da commodity pelos produtores do Brasil, que têm um ganho de rentabilidade. Do ponto de vista do fundamentos, há preocupações também com uma sobreoferta de açúcar, o que também contribui para pressionar as cotações do açúcar. Em São Paulo, o indicador do Cepea/Esalq para o açúcar cristal ficou em R$ 50,94 a saca de 50 quilos, ligeira baixa de 0,06%.
Ritmo de ajuste Os futuros de suco de laranja recuaram ontem na bolsa de Nova York, interrompendo uma sequência de quatro sessões de alta. Os contratos para julho caíram 55 pontos, a US$ 1,2745 a libra-peso. Essa escalada teve início após a queda de quase 6% na quinta-feira passada, que levou o suco à menor cotação em três anos. E como há poucos contratos da commodity negociados, qualquer movimento mais coordenado dos investidores tem potencial para aumentar a volatilidade. Contudo, a disparada das cotações teve fôlego curto porque não há mudanças entre os fundamentos. A demanda pela bebida continua enfraquecida e o clima, favorável nas principais regiões produtoras. A laranja para a indústria foi negociada ontem em queda de 0,95%, a R$ 10,40 a caixa, segundo o Cepea/Esalq.
Exportações fracas Preocupações com o enfraquecimento da demanda empurraram ontem para baixo as cotações futuras do milho na bolsa de Chicago. Os papéis para julho caíram 3,75 centavos, a US$ 3,9925 o bushel. De acordo com relatório divulgado pelo USDA, os Estados Unidos finalizaram acordos para a exportação de 464 mil toneladas de milho na semana até 19 de março, sendo 435 mil toneladas da temporada atual. Desse total da safra 2014/15, houve uma queda de 13% em relação à semana anterior e de 29% na comparação com a média das últimas quatro semanas. Além disso, agentes que detinham apostas na alta do grão optaram por liquidar posições para realizar lucros. No mercado interno, o indicador Esalq/BM&FBovespa para o grão subiu 0,14%, para R$ 29,09 a saca.
Dólar e demanda Os preços futuros do trigo despencaram ontem nas bolsas americanas, pressionados pela contínua alta do dólar ante outras moedas e preocupações com a demanda. Os contratos para julho recuaram 19 centavos em Chicago, a US$ 5,0475 o bushel. Em Kansas, o mesmo vencimento teve queda de 19,50 centavos, a US$ 5,4875 por bushel. Relatório divulgado ontem pelo USDA indicou que os americanos acertaram a venda de 181,7 mil toneladas de trigo ao exterior na semana até 19 de março, sendo 102,3 mil toneladas referentes a 2014/15. Esse volume é 74% inferior ao da semana anterior e 75% menor que a média das últimas quatro semanas. No Paraná, o dia foi de alta. A saca do cereal foi negociada em valorização de 0,37%, a R$ 32,87, segundo o Deral/Seab.
Fonte: Valor Econômico - SP